Estou desde a semana passada querendo 'dissertar', rs, sobre o assunto e sobre algumas conclusões que tirei após o mundial de futebol, mais especificamente, sobre a Seleção Brasileira.
Foi chocante ver a passividade da Seleção em campo naquele fatídico jogo contra a Alemanha, no dia 8 de julho (huuum... dia 8... somando os gols... rs) e certamente ninguém vivo irá esquecer desse jogo enquanto respirar. Enfim, até agora, está todo mundo tentando entender e especulando sobre, né.
Na verdade, na verdade, o que eu queria mesmo era fazer um paralelo sobre a Seleção e o Brasil. Sim, o país Brasil mesmo. Me acompanhe, vamos lá, vou tentar me fazer entender.
A Seleção Brasileira tem grandes nomes, grandes talentos individuais. No Brasil não é diferente. O problema é que essas grandes 'crias da casa' não ficam nem na Seleção, nem no país; na primeira oportunidade, o que os grandes querem é sair do grande país em tamanho e pequeno país em desenvolvimento (eu sou uma dessas pessoas, que gostaria de dar no pé, mas ainda não encontrou o 'como'). Vai dizer que não: o jogador sonha em jogar no exterior; o trabalhador quer conquistar carreira internacional. É ou não é basicamente a mesma coisa? Assim, os grandes talentos não conseguem trabalhar em equipe aqui e ganhar força juntos, pois seus talentos individuais se vão nos assentos de aviões.
Outra característica bem comparável é a forma de se lidar com os problemas e contratempos. A Seleção Brasileira tem a grande mania de achar que um pequeno esforço resolve, que um gol define partida aos 3 minutos iniciais de jogo, que defesa é coisa boba e que o que vale é o ataque. Não lhe parece familiar? O Brasil (leia-se: brasileiros) acha que fazer o mínimo está ok, que resolver o seu lado e pronto é normal, que defesa é coisa boba e que o que vale é o ataque (opa! Olha ai!) ou o famoso 'o problema não está comigo, está com o fulano, que...'. Nós brasileiros sempre temos o bom (pra quem?!) e velho "jeitinho" de fazer as coisas e resolver os problemas e achamos que assim o país vai andar pra frente. Nada disso: o que pode até andar é o 'individual' e não o 'coletivo'. Anda o trabalho de um, resolve o pepino de outro, ou pior, posterga qualquer uma das opções anteriores, o que é bem comum, by the way.
Uma terceira coisa em comum é que a Seleção tem muitos problemas técnicos e administrativos, mas as pessoas tem um grande coração e são muito gente boa, ídolos de muitas gerações. Huuum... gente boa... povo alegre e gente boa... sei, uh-hum... É legal ser gente boa, mas só ser gente boa não resolve muita coisa, até ajuda, claro, mas não resolve. Samba e cervejinha também não (é bom, mas não resolve NADA). O que se precisa pra Seleção e pro país é planejamento de longo prazo, assim como nos deu exemplo a Alemanha (país e Seleção): passou perrengue ao longo de sua história (criou perrengue pra muita gente também, né...) e se reergueu; passou perrengue com a equipe de futebol e ao longo de 10 anos se reestruturou e conquistou o topo. País ou Seleção, todas as conquistas foram fruto de um longo tempo de trabalho. (Às vezes, eu tenho a sensação de que, pelo simples fato do país nunca ter passado por um perrengue que atingisse o território inteiro, todas as classes e não só as menos abastadas - tipo uma guerra, como é o caso das grandes potências mundiais - somos meio imaturos enquanto nação, meio infantis mesmo e que não sabemos lidar com adversidade).
Enfim, não dá pra criticar a Seleção sem criticar à nós mesmos enquanto país. A nossa Seleção é a imagem e semelhança do Brasil e se não mudarmos em ambos os casos desde já continuará sendo assim: um país em 'desenvolvimento' e um bando de bebês chorões.
Beijos e bola pra frente, que o gol tá lá!
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