28 de maio de 2015

A Arte de se Conformar

Todos os dias quando chega aquela hora do pequeno chorar sem parar eu repasso na minha cabeça todas as etapas do processo e penso o que poderia estar faltando e causando o choro: fome, fralda, flatulência. Não sendo nenhuma das opções anteriores parto para as próximas: sono (luta contra ele), vontade de sugar (falta da chupeta), calor ou frio (bota ou tira roupa), cólica (e essa última não tem o que fazer a não ser esperar melhorar). Admito: mesmo fazendo isso há um mês e meio ainda me pego esquecendo uma das últimas 4 possibilidades (especialmente, o uso da salvadora chupeta). Ok, mesmo anotando, também me embanano nas mamadas, até porque o Antonio vai tanto de peito, quanto de fórmula. 

Hoje, em mais um desses momentos em que toda a sua serenidade é colocada à prova (e você é capaz de passar no teste com sucesso), cheguei a mais uma conclusão sobre a maternidade recente: tudo não passa de um simples "se conformar com a situação". Eu explico. Em um dos breves momentos de choro pausado, ando com Antonio no colo até a varanda e observo os apartamentos e suas movimentações no prédio da frente. Eis que me deparo com a sala de estar de uma família (que já havia observado antes) com um menino de uns - sei lá - 3/4 anos, um pai, uma mãe e seu pequeno bebê recém-nascido no colo (e claro que ela estava fazendo mil coisas com uma mão só, coisa que toda mulher aprende a fazer após parir). Então, pensei : "Nossa, vou chegar lá (segundo filho), mas só de pensar bate um cansaço ainda maior". Foi ai que cheguei a conclusão que citei acima, pois assim como essa mulher (creio eu, pois já está no seu segundo filho), toda mãe se transforma numa pessoa "conformada" com a situação a qual está vivendo e isso torna a coisa toda muito mais simples de ser vivida, aparentemente. Claro, não é/será todo dia que tudo irá fluir e "tudo bem" mesmo com as dificuldades; as mães surtam vez ou outra, afinal são de carne e osso. Mas toda mulher que está ali escutando choro desesperado do seu bebê e ainda assim segue contando as etapas da rotina dele tranquilamente em sua cabeça é porque se conformou de que ser mãe é isso: choro faz parte, mamada faz parte, riso faz parte, paciência faz parte pra cacete.

Não sei se me conformei com alguma coisa hoje ou se vou me conformar com qualquer coisa assim tão facilmente. Porém se eu quiser ter um pouco de paz de espírito é bom eu me conformar logo de que agora sou mãe e isso não tem volta.


Beijos.

17 de maio de 2015

1 Mês

Da pra acreditar que já se passou um mês?! Hoje, o molecotinho está "mês-versariando" como dizem por ai e para comemorar, tivemos uma madrugada bem agitada, rs. O bom é que pelo menos eu consegui dormir um pouco agora pela manhã, quando ele finalmente dormiu. 

Após 30 dias acompanhada com o novo mascote, chego à conclusões muito simples:

1- Ter um bebê em casa não é o fim do mundo, mas é certamente o fim de muita coisa que você estava acostumada a fazer;

2- Se você achava que era "prioridade" durante a gravidez, esqueça isso no pós parto, pelo menos nas primeiras semanas de vida do bebê, pois você fica sim um pouco mal acostumada com a atenção e cuidado contigo, uma vez que isso quase some do dia pra noite;

3- Muita coisa se fala sobre a maternidade, mas (desabafo), diferente a "prioridade" citada acima, não é de uma hora para a outra que a gente clica e tudo vira glitter brilhando num céu azul com núvens brancas e gordas como algodão doce; há que se dar tempo ao tempo e viver um dia de cada vez e aproveitar (ou tentar se acalmar) em cada situação pontual.

Leia-se: não é nenhum mar de rosas e isso ninguém te conta. Também não serei eu a contar, pois (mais uma verdade e desabafo) uma mãe recente não tem coragem de admitir seus medos e fraquezas, muito menos seus sentimentos reais. O mundo a volta de uma mãe recente é tão cercado de "glitter" na visão dos outros que não há como se ter coragem nem de assumir pra você mesma aquilo tudo que você sente, uma vez que dentro de um pacotão de coisas boas, tem pelo menos uma necessaire de coisas ruins - mas finja que eu não te falei isso e tudo será mais fácil para todos nós, rs.

Fora isso, coisinhas bonitinhas, carinhas engraçadinhas, momentos de ternura mesmo ainda não havendo muita interação real dele comigo e com o pai; claro que isso tudo conta e conta muito! Alias, falando em contar, estou contando os dias para ver aquele sorriso gostoso depois de uma brincadeirinha com a mamãe e, nem se fala então, ouvi-lo dizer "mãe" pela primeira vez. Tenho certeza que cada coisinha nova, cada pedacinho de tempo que vamos curtir juntos será tão verdadeiro e mágico quanto o céu azul :-)


Beijos!

PS.: Feliz Mês-versário, filho! 

9 de maio de 2015

Daqueles Dias

Sair da maternidade e, mesmo inchada, se sentir bem e magra para os padrões pós-parto. Três semanas depois se sentir gorda e molenga feito uma jaca. Soma-se a isso: olheiras, cabelos mal cuidados e brancos, pele ressecada, sobrancelha por fazer, pés e mãos meio largados. Isso é "vida" de mãe, se é que podemos chamar de vida... tenho minhas dúvidas. 

Ando bem cansada, especialmente quando vai caindo a tarde e chegando próximo do horário da noite, que é quando bate a preocupação se o molecote "vai ou não vai dormir". A privação do sono é realmente algo que tende ao desesperador e posso dizer que, apesar de vez ou outra conseguir dar uma cochiladinha nas horas de sono do pequeno, ainda assim é brabo. Nessas horas de sono dele aproveito para fazer o que tem que ser feito pela casa, pois não tenho ninguém para ajudar o dia todo, só por uma horinha e meia pelas manhãs (o que já é um MASTER alívio, pois minha ajudante querida e amiga Eva é quase um anjo que caiu do céu pra cuidar das minhas coisas) e acabo muitas vezes não conseguindo descansar. 

E ficar sem sair de casa? Esse tipo de coisa faz com que você dê muito valor ao dia que consegue passar com seus cachorros e um mega valor ao dia de uma consulta pediátrica. É quase a mesma sensação de ir ao shopping com um cartão de crédito ilimitado e liberado para uso. É libertador.

Cansada? Sim. 
Exausta? Às vezes.
Com sono? Quase sempre.
Voltaria no tempo? De jeito algum.
Aceleraria o tempo? Talvez um pouquinho.

Acho que a melhor definição para o "ser mãe" é pura e simplesmente ser mãe. Não há definição, não há romance, não há encenação. Existem apenas os momentos de verdade, tensão e amor, pois apesar de tudo, existe o amor e isso é muito bom.



Beijos!


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