30 de janeiro de 2013

Parece Piada

E la vamos nós para mais um desabafo com cara de pessimismo, rs. Se não estiver com paciência hoje, volte amanhã, que eu já devo voltar a falar de Paris ou outro lugar da minha breve viagem. Bom... se bem que o discurso do dia passa pelo exterior, de certa forma.

Estou buscando fazer assistência de fotografia (depois de algum tempo 'lutando' contra isso) em paralelo à minha atividade de fotógrafa independente. Sabe essas coisas de "passar pela experiência" e blá-blá-blá-bullshit?! Então, resolvi tentar. Só que ai você, quer dizer, eu, me deparo com o simples fato de que não existe "formalmente" esse tipo de coisa, pois o que eu preciso nesse meio para 'assistir' alguém é de uma ponte, uma indicação ou o famoso "QI". Além desse jeito já dito, temosa como sou, resolvi buscar vagas online para "Assistente de Fotógrafo" e ai me deparo com parte da minha indignação do dia: basta ter Ensino Médio para ser "fotógrafo" e disputar uma vaga a um valor mensal tão pequeno, que se fosse chamado de trabalho voluntário seria mais justo. (Abrindo a contagem regressiva para os comentários de que "o importante é ganhar dinheiro"...)

Não. O importante aqui - e em qualquer lugar do planeta - não é só ganhar dinheiro. É ganhar aquilo que é justo pelo que é feito. Muito se questiona no meio fotográfico sobre a "prostituição" do fotógrafo ou sobre preços exorbitantes cobrados. O que é entendido como preço justo para uns não o é para outros e até ai estamos entendidos. Porém ter todo um investimento acadêmico por trás (graduação em escola conceituada, pós-graduações diferentes, cursos de línguas estrangeiras - no meu caso 4 -, cursos de especialização e o cacete a quatro) não serve de bosta nenhuma. E honestamente? Não é só no mercado de fotografia, não. No meu antigo mercado as pessoas mais novas acham que ganham muito bem e ficam se enganando - e se escravizando - por pouco, muito pouco.

É muito desestimulante ter a idade que tenho (que olha que não é tanta assim) e ir participar de processos seletivos que remuneram tão mal. O que da vontade de fazer é pegar a bolsa e ir embora depois da proposta de salário. Acho injusto, acho abusivo, acho imoral.

Não queria ser mais uma da 'Classe-Média-Caviar' a começar uma frase com "nesse país", entretanto fica difícil. Perdoe-me desde já. "Nesse país" só é possível ganhar dinheiro a partir de, sei la, 5 ou 6 formações acadêmicas específicas ou sendo bandido (o que inclui a categoria da maioria esmagadora de políticos). Fazer 'o que se quer' dá lugar a 'fazer o que os outros querem que você faça', porque afinal de contas, todos temos contas para pagar.

Quero viver de arte, da minha arte, sem depender de ninguém, só que isso é muito difícil. Então, sigo na busca de um lugar ao sol ou em uma empresa qualquer que pague com o mínimo de dignidade.

Desculpe, sem beijos por hoje.

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