1 de abril de 2015

Aprendendo

Hoje, é um daqueles dias que o glamour da gravidez vai por água abaixo: pés inchados, mãos inchadas, sono extremo. Mas pelo menos recebi a visita de uma amiga querida e seu filhote tão bonzinho de quase 6 meses, que me fizeram refletir sobre alguns pontos importantes da gravidez e da vida pós-gestação.

Tudo o que eu imaginava sobre estar grávida foi bem diferente, já que eu achava que engordaria horrores, passaria mal, incharia desde cedo e teria sérias restrições alimentares antes mesmo do bebê nascer. Eu sempre tive a tendência a romancear as coisas no sentido dramático da palavra, meio novela de Manuel Carlos, sabe? Pois bem, tudo foi bem diferente: gravidez tranquila, sintomas tradicionais do período bem brandos e quase nenhuma restrição alimentar (que eu tenho plena consciência que fiz/ estou fazendo errado, mas mudar uma 'dieta' de 29 anos não é lá muito simples).

Além disso, também achava que sabia alguma coisa sobre o assunto maternidade, só que na real eu não sabia de quase nada. Até ai ok, pois a gente dificilmente sabe das coisas que não 'fazem parte' direta da nossa vida, que não estão no nosso dia-a-dia; passamos a saber quando nos envolvemos com determinado assunto, no melhor estilo "passar a ter conhecimento de causa". Até então, aprendi que, assim como 'bom senso', a gravidez é algo muito, mas MUITO particular. Existem sim alguns padrões e rotinas básicos, mas cada gestação é uma e como você levará 9 meses da sua vida depende exclusivamente de você e da sua cabeça (curtir, sofrer, comer demais, comer de menos, hormônios, tudo isso, na grande maioria das vezes, depende só de você mesmo).

Outra coisa que não parava tanto para pensar é na gravidez para uma outra pessoa muito importante no processo: o pai do bebê. É realmente muito complicado entender que alguma coisa está acontecendo de fato, quando não existe nem uma barriga para justificar uma existência e, talvez, ainda mais complicado conseguir absorver meio que de uma hora para a outra que dentro de algum tempo haverá um pequeno ser humano com necessidades que também dependerão dele e que ele não teve 9 meses para processar a informação enquanto a barriga crescia e os hormônios dançavam um tango dentro dele. Não se pode esquecer que vai ser tudo muito novo para todo mundo e não só para a mãe.

Estou, ou melhor, estamos, eu e Carlos, há poucos dias de receber o Antonio em nossas vidas e, voltando à reflexão sobre a visita de hoje, estamos prestes a mudar completamente as nossas vidas e por mais exagerado que isso pareça é a mais pura verdade. Nunca mais seremos apenas Lina e Carlos. Não pensaremos mais nas coisas apenas sob a nossa ótica, exclusivamente. Não planejaremos o futuro sozinhos. Não seremos completos sendo somente Lina e Carlos. Geralmente, falamos muito sobre a chegada do pequeno, que será alguém que some e não que divida. Falamos dele como alguém que amaremos incondicionalmente, assim como amamos um ao outro, mas que não esqueceremos ou desligaremos um do outro. Somar é o nosso lema.

Na visita de hoje, fiquei admirando a relação entre mãe e filho e toda a troca, todo o amor que se é possível desenvolver com o tempo. Parte do processo de aprendizagem na gravidez é que a gente aprende a amar alguém com o tempo e não é porque se descobriu estar grávida que se tem um estalo súbito e tudo muda. Isso é romance de Manuel Carlos também. Enquanto estamos com um bebê na barriga, por mais que a gente sinta (literalmente) algo acontecendo, a maternidade se desenvolvendo, não há ainda um sentimento genuíno, há um processo em andamento, que somente será possível entender quando você estiver sentada em um sofá, por exemplo, brincando com o seu filho, olhando nos olhos dele e sorrindo pelo simples fato dele estar ali com você. Hoje, acho que passei a poder afirmar que não me restou mais muita dúvida sobre o que é ser mãe, observando alguém sendo mãe. E foi bonito de ver. E me deixou com vontade de que chegasse logo a minha vez. E me fez entender e refletir um pouco mais sobre o lado paterno numa gravidez. E me fez ter vontade de olhar nos olhos do Carlos quando ele vir o Antonio pela primeira vez. E me fez também sorrir sozinha, sentada no sofá depois que a visita foi embora. E me fez imaginar um montão de coisas tão bonitas que estão por vir. E pensar nas dificuldades também. E lembrar dos pés inchados. E ai eu resolvi compartilhar um pouco sobre a minha experiência nos últimos 9 meses. Ou das últimas 4 horas.

Bom, resumindo, a gente aprende a ser mãe apenas sendo mãe. Não adiantam livros e livros, não adianta o Google e seus milhares de blogs (inclusive o meu), não serve de nada o que o outro passou ou te contou. Só se aprende a ter "conhecimento de causa" passando pela "causa". E que esse pequeno que está a caminho vai "causar" nas nossas vidas eu não tenho a menor dúvida e estou especialmente feliz por isso, hoje.

Para fechar a reflexão do dia com um pouco de glamour, já que iniciei sem nenhum (risos), um click da querida e talentosa amiga Ellen Soares, feito na última segunda-feira. Porque toda grávida tem um lado diva escondido, bastante procurar onde ele está ;-)





Beijos!


PS1.: Carlos, te amo mais a cada dia.

PS2.: Antonio, estou a cada dia aprendendo a te amar um pouquinho mais.



Tempo: 35 semanas


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